Edimilson de Almeida Pareira


Família Lugar

Um rio não divide duas margens. O que se planta nos lados é que o separa. Aqui o cemitério lá lagoa da trindade. Aqui os entregues lá os escolhidos em severa matemática. Para um devoto tudo é muitas coisas. Uma ravina de águas que envolve vivos e mortos. Por isso é direito passar a um lado do rio a capela e o cemitério. Em ambos se viaja bem vestido e forro. Em ambos espera um domingo de várias línguas. Aqui no cemitério homens multiplicam. E o que fazem está na oficina do entendimento. Essa é a margem silenciosa do rio. E mal permite a ruga do tamboril. Lá a capela nave sem instrumentos. Nela o que inspira é a música os santos no reinado. Um negro do rosário faz uma as outras coisas. Na ravina do rio lá e aqui são capela e cemitério. Estamos nós, os Bianos, de enigma resolvido. A lagoa onde somos tem idéias de rio. Aqui e lá peças dos olhos em movimento. Como são na diferença os mesmos Deus e Zambiapungo.


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