Edmundo de Bettencourt


Horas

Gelava o tempo branco do relógio. Fundiu-se um dia o mostrador aberto para dentro num foco por onde as horas negras fugiram enlouquecidas! Lá para longe na faixa rósea da distância recuaram ante o incessante alarido dos sinos e logo regressaram desesperadamente procurando em vão o maquinismo do relógio, Vai-se o dia fechado de silêncio num quadrado de luz amarelada e de novo preso o pé da jovem quando ia para sair.


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