Eugénio de Andrade 

Nem sempre o corpo se parece
 
Nem sempre o corpo se parece com
um bosque, nem sempre o sol
atravessa o vidro,
ou um melro cante na neve.
Há um modo de olhar vindo
do deserto,
mirrado sopro de folhas,
de lábios, digo.
 
In "O peso da sombra"

 

 
 Remetente : Alvaro Branco Vasco