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Atualizado em 18.12.00
Novidades da semana
 
Responsável:
Soares Feitosa
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elianemalpighi@voe.com.br
Eliane Malpighi
Uma notícia biográfica

Poesia:

  1. das horas que se arrastam
  2. saudade
  3. en saio
  4. dancei a valsa da solidão
  5. o homem que eu amo
  6. balada de um amor que é teu
  7. do abraço que me despediu
  8. desafio à lógica
  9. bodas de ausência
  10. contracanto
       













































 

Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
Eliane Malpighi é uma brasileira – paulistana - de 46 anos, mas
residindo em Curitiba há 6 anos, apaixonada pela escrita desde o
início de sua adolescência e que continua se exercitando quase que diariamente na tentativa e busca de aprender a ser poeta. Escreve desde os 14 anos e trabalhou por alguns anos como revisora, tradutora e 'ghost- writer'. Atualmente atua na área redatorial e diz que "engana" como artista plástica quando de vez em quando resolve arriscar-se entre tintas e pincéis e, de uns tempos para cá anda gostando muito de lidar com imagens e textos através de ‘softwares’ repletos de possibilidades. 

Participa de algumas listas de discussão de literatura e poesia na internet, espaço no qual atua também como editora de alguns suplementos como o Diário Poético (http://diariopoetico.cjb.net/), que como o nome denuncia é veiculado diariamente; sendo também a editora responsável-coordenadora do Suplemento
 de Poetas e editora encarregada do Caderno de Suplementos Especiais, ambos divulgados pelo PD-Literatura
(http://artista.pt.fortunecity.com/palavras/23/index.htm), do qual também é membro do Conselho Editorial do Projeto. 

          Muitos de seus poemas estão alojados em diversos sites de língua portuguesa e também em algumas Antologias de Poesias, tendo recebido nesta ‘jornada de escritora’ alguns prêmios na categoria poesia e conto. 

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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
das horas que se arrastam
quero interpretar os silêncios
da insatisfação das obrigações desconexas
busco sons que te chamem
atolada em movimentos que me prendem
toco tua ausência
sentindo o amargo gosto da espera
beijo tua boca
ouvindo músicas sem sons
retenho teu calor
sentindo o amargo gosto da solidão
ouço tua voz
vendo o azul desbotar
aperto tuas mãos
presa às horas que não passam
exilo-me em nós

mas cai uma lágrima 
e vejo que estou só

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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
saudade
e no abstrato da tua imagem
salta do meu peito
um coração sem bagagem
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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
en-saio

porque há fragmentos inteiros grandes indi(vi)síveis que pra sempre farão parte da história da minha vida imolo-me em enganosa melodia notas caindo sobre irreversível memória roteiro não imaginário não convocado onde permanecerei entre a luz e a sombra desconhecida região bifurcando meu olhar que pulsa sobre a quase incoerente lucidez impotente e o tênue fatal fio intransponível onde ainda atrapalhados meus pedaços caminham fundidos em irretornável definição de uma dor não mutante que vagarosamente me desenha inquieta mas decidida no enfrentamento de mudanças inabsorvíveis necessárias inconfundíveis no maduro amor que sólido voou para além do pouso das palavras que invadiram mais que dedos sonhos leves manchando de adolescência a mulher que sem afobação desenredou-se momentaneamente por anos que não se contam do cálido esconderijo onde continuavam respirando suaves dores fundas no delicado silêncio transfigurado pelo leve susto feliz que seduzido escancarou inocência audaciosa e trouxe insônia murmurando inconclusões nos momentos onde fogo e vento me despiram de cuidados e cúmplices inventariaram iluminuras lacunares num coração trêmulo sobre precária calma que sem rede trapezeou perfilados passos cujos gestos irrespiráveis continuamente me mostravam incansáveis e não acidentais que a lua minguante crescente ou cheia sempre continuaria girando em torno da terra provando matematicamente que o mundo nunca girou em torno de quem sendo vício e virtude se veste agora de ternuras pro que não se pode dizer adeus porque inseparado estará da integridade que habita a distante margem de onde espreito desencolhida o recolhimento das emoções que nunca desaprenderão o gosto intenso de que amar na maturidade é paradoxal ensinamento de que verdadeira fidelidade é poema pra sempre interminado renovando-se na constante gestação cuja beleza maior é lembrar que foi vida parindo em quem numa estranha resistência foi encontrada em estado de pequena morte inventariando ocasos e outonos que desafiando tempos e fins refizeram-se em lágrimas e beijos porque é assim que nunca poderão ser desescritos.
 

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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
dancei a valsa da solidão
cantei o som dos náufragos
visitei museus de sombras
viajei por cidades destruídas
pintei quadros de sonhos abstratos
escrevi poemas de sangue
chorei uma saudade invisível

apenas esperando o fim
            do que nunca teve início
bateram à porta do meu coração
            cansado, triste e só

vesti então a pele da ilusão
coloquei no rosto meu último sorriso
e arrastando os pés da alma
levantei-me
mãos vazias
coração descompassado
olhos atônitos
corpo trêmulo

na porta do que imaginava desesperança
estava a vida

que apresentou-se com teu nome

me apertando em braços fortes 
contra um peito arfante
me despiu da ilusão
me beijando a boca
vestiu-me de estrelas
feitas de poemas 
e sussurrando em sua voz  rouca
me pediu: 
fica comigo
vem voar neste sonho
pra que  nossas dores 
se transformem em canções
e nosso amor 
deitado sob o céu
atravesse o tempo
escrevendo a história de nós dois
 

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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
o homem que eu amo
atravessou o meu deserto
e entrou em mim como oásis
varreu as folhas secas
de um inverno longo
           que quase me matou
           de medo, de frio e solidão
trouxe de um outono de sonhos
um hoje que me sacia
e na primavera com que me invade 
quero embriagar-me em seus beijos
 

                  és o avesso da minha ilusão
                  e eu nem sabia

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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
Balada de um amor que é teu

 
ardia em mim a esperança
de te ver poente
deixar de te sentir ausente
presente apenas em sonho
sons rebatidos em ecos de ilusão
havia medo
em mim
noite insone
envolta no enxoval de sonhos
embalado em pranto
enquanto as horas
devastadas
batendo no meu coração
o momento de morrer
reflexo do reflexo
apenas o vazio
exposto e nu
gritando a solidão
fotografando
em mim
exaustão
desilusão
silêncio aflito
invadindo meus ouvidos
de repente um abalo
lapso no tempo
contemplo o espaço
céu parindo estrelas
porque gritavam teus poemas
chegas
e em tuas mãos aflitas
renasço em teu amor
hoje
quase calmos e compostos
não mais
buscamos em nós
uma explicação que não existe
desnudos pela razão
ofegamos
em nossas mãos 
promessas não pronunciadas
em nossos olhos
imprevistos
em nossos corpos
cobrindo as sombras
a trama que fiamos
te beijo a boca

                 eu apenas me deixando amar
 

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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
do abraço 
que me despediu

já que estou 

com a tua ausência hipotecada
no tênue fio da lembrança
que a memória insiste
em balançar
sob o vento 
forte do abandono
            porto
            que me resta
fico nua
das esperanças que não me sobraram
molho 
no segredo de sangue
a ponta seca dos meu dedos 
ainda tatuados no teu corpo
e retrato 
             viva a cena !
do par de olhos que chovendo 
me desinventou
 

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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
Desafio à lógica

fenômeno circunscrito
grito
meu desejo
molha
a ponta dos teus dedos
eixo inabalável
implodindo zênites
o amor 
em estado bruto
enche meu peito
com o som da tua voz
e faz crescer o teu prazer
na combustão das minhas mãos

seca-me a boca
umedecem-se as entranhas
e me dissolvo em dança
encharcada 
no teu corpo 
embrenhando-se no meu

advento 
derrubando teorias
desenvolvendo estratégias

porque é no teu início
que está meu horizonte
 

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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
Bodas de ausência

do alto da insanidade que não tenho
permito
que todos os meus mais excêntricos desejos
gritando
através de vozes que desconheço
se tornem públicos
e assim livres
dancem 
absolutamente alucinados
ao som dos acordes únicos
que procedem da garganta da vida
onde habita toda espécie de delírio
enquanto eu
sob o vento raso
do piscar dos teus olhos
que me absorvem através da fotografia ainda não revelada
estendo as asas
da minha frágil lucidez
e me despeço
saudade absoluta
engessando todos os meus sonhos
sobre quem não me pertenceu
senão no tênue fio do sempre efêmero devaneio
onde insistente
teimei pendurar minha ilusão
fecho os olhos
te contemplo distante
que é o lugar de onde nunca saíste
e sinto um peso em minhas mãos
meu coração
desmaiado
sobre a fria escápula quase invisível da realidade
onde 
num irrestrito cansaço
leio em letras de sal das lágrimas já secas
a verdade que  adverte:
melhor permanecer parado

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Eliane Malpighi
elianemalpighi@voe.com.br
Contracanto

livres
e taquicárdicos 
batem 
os dedos do coração
carregado 
da certeza de te amar
escorre um suspiro 
da minha alma
desavisada
piso no sonho 
e viro realidade
transitória
num amor que não pode 
nem quer morrer comigo
coração 
respirando tua ausência
muda 
me descubro aflita 
cantava
porque eras a música
hoje presa
na ponta 
do medo desta saudade

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