Etienne do Nascimento Vieira

A Majestosa Estátua
                                                                                                  
              
Elevada ao alto do pedestal,  
vê-se a nobre estátua, opulenta,  
daquele que cantou no passado,   
com tanta beleza e exuberância,  
a almejada febre de liberdade  
e a eterna glória dos heróis.  
Teve a poesia no coração,  
forte arma com a qual combatia,  
a inflada vela dos navios negreiros,  
quando bando maltratado de escravos,  
como daninhos cães, acorrentados,  
nos fétidos porões desfaleciam.  
Do alto daquele esculpido pilar,  
com o rígido braço distendido,  
para o dois de julho, assim nos apontar,  
recordando aquelas batalhas cruentas,  
quando tantos irmãos se digladiavam,   
se matando numa luta de heróis sem nome.
Emérito poeta dos escravos,  
defendendo-lhes a almejada liberdade,  
bradava contra aquele cárcere vil,  
com sua famosa e inspirada lira,  
rogando até ás ondas do vasto mar,  
que “ apagasse do seu manto, cruel borrão ”.
A pátria hoje a ti reverencia,  
Castro Alves, assim eras chamado,  
pelo que foi tua vida e teu passado,  
pelos versos que doastes ao mundo,  
te presta merecido preito de glória,  
e te dedica belo capítulo da história.
                                                                                     
                                            Rio de Janeiro, Setembro de 1997 (Sesquicentenário do nascimento do Poeta)
                                                                     
Remetente: Walter Cid

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  19  de  Junho  de  1998