Eolo Yberê Líbera

Certezas

Não sei os mistérios, as mãos, as vidraças; não sei a hora nem o dia do amor que em vida é pressa, é vago, é frágil. Não sei as heranças - o que existe depois da última hora do último beijo e da última espera atrás da porta. Não sei os meus passos e nem as esquinas. Não sei se o que encaro é pura rotina ou etapa que se vence, por mero acaso. Não sei as vidas que me cercam e que aguardam atentas, meu gesto minhas palavras estéreis e amenas - como algumas mulheres que cortam a paisagem sem deixar marca. Não sei o certo e o errado o que fazer diante do impasse na dúvida, não sei o resto na certeza, não sei a meta. Só sei mesmo que todo tempo é curto e que meu chão é este : feito de pedra e pluma em barro e nuvem e irremediavelmente, meu.


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