Emerson dos Santos Moura

A Serpente e o Paraíso
                  
 
Contra o sol seu corpo sibila 
Devagar... quase hipnotizando 
O que é certo, o que é errado... 
De repente nada disso importa 
Queimo minha língua na sua... bipartida 
E seus esses dilaceram a alma do poeta 
O homem cai lentamente junto ao seu corpo 
O que é certo?? 
Homem e poeta se confundem, são um só 
Seu corpo... 
Pele macia para o poeta que sonha 
Navalhas para o homem que nele corta suas mãos 
O que é errado? 
Você escreve as regras 
Mas nunca joga por elas 
Um ponto a mais no jogo que você nunca perde 
Será? 
Onde você quer chegar? 
O que você quer provar? 
É pra mim ou pra você? 
Talvez o corpo do homem sinta o que o poeta vê 
Mais do que poderia, menos do que gostaria... 
Sua respiração em meu pescoço... quente 
Quem sente? 
O homem que é o poeta, o poeta que é o homem… 
Quem se perde? Quem se entrega? 
Nós… nos rendemos 
A síntese... eu 
Você é a Serpente e o Paraíso 
Eu caí e quero essa maçã 
Me diga o preço... 
Quero essa maçã... 
                                                                            
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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  25  de  Maio  de  1998