Esthergilda Menicucci
Vagas imensas invadem meu cérebro
Vagas imensas invadem meu cérebro
E afogo-me.
Vagas que vêm
Sem pedir licença.
Tormentosas vagas que engolem
E destroem.
Olho o espaço
e reconheço
Que somos massa
Disforme,
Sem vontade de aspirar
Coisas maiores.
A desesperança
Chega.
Tento livrar-me
E mil braços me engolem.
Ouço gemidos
E reconheço
Meus próprios gemidos.
O passado se faz presente
E assisto as minhas vidas
Como num espelho passarem.
Tento das cenas livrar-me
E apenas a angústia
Veio mesmo
Para ficar.
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