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Página atualizada em 27.05.2000
Eliane Stoducto
<cristall@domain.com.br>
Uma notícia da autora
Poemas:


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Eliane Stoducto
<cristall@domain.com.br>
Eliane Stoducto – breves dados biográficos

Eliane Stoducto é carioca, estudou no Colégio Pedro II , fez 2 anos de Desenho de Arquitetura e Urbanismo, no IBA, Parque Laje, tendo se formado em História, pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, da UFRJ. 
Recém formada deu algumas aulas de Geografia e História e fez algumas pesquisas no Arquivo Nacional e na Biblioteca Nacional, mas logo se afastou da vida acadêmica.

Nos anos 80 começou a escrever letras de música e participou de alguns festivais de MPB. Classificou-se no Festival de Juiz de Fora, 1981, com três músicas (letras), tendo obtido o 1o lugar, com a música Fênix. No mesmo ano classificou música em 4o lugar, no Festival de Ouro Preto e, em 1986 classifica-se no Festival de Muriaé. Neste mesmo ano fez a direção do show Aécio Flávio e Jane Duboc, no Teatro do Parque, RE e no Palácio das Artes, BH.
Como letrista teve  5 de suas músicas gravadas pelas gravadoras: Polygram, 1980; Aycha, 1981; Pointer, 1982; RCA, 1982; Pointer, 1983 e Polygram, 1983.

A partir de 1979, trabalhou como colaboradora do escritor e roteirista Armando Costa, parceiro e amigo, em alguns seriados para TV , com o qual fez, posteriormente, a adaptação para teatro de "O Analista de Bagé" (1982), tendo escrito, em parceria com ele, a peça "Filhos da Pátria!" (1983) ainda inédita.

Em 1982 foi premiada e publicada pela Revista Nova, com seu depoimento "Pernas pra que te quero" .

Com o nascimento de seus dois filhos afastou-se da vida lítero-boêmia-musical, hibernando durante 14 anos, cuidando dos meninos e escrevendo poesias. Há dois anos vem publicando-as através da Internet, em fóruns e sites de poesia e, há um ano e meio, através de seus próprios sites - Cristal Poesia Prosa  http://cristalpoesia.net/   e Poema em Movimento ( http://i.am/audiovisuais/ )- onde apresenta alguns de seus trabalhos e de outros poetas. Em dezembro de 1999, inaugura, em parceria com Claudia Letti, o site Letra de Corpo – Literatura e Arte ( http://pagina.de/letradecorpo/ ), destinado a acolher obras de diversos poetas e escritores que queiram participar e publicar seus trabalhos.

Participa da Crônica do Dia, site coletivo na Internet, como membro da Ártemis, Fórum de Mulheres e da Lista Literária Katarse, moderadas por Vito César Fontana e por ela própria. 

Participou das antologias:  
1. "Saciedade dos Poetas Vivos", Prazer/Volúpia (  filha de Eros e Psique ), 1999, da Blocos Editora; 
2. “I Antologia NAU Literária”, 1999,  Editora  Komedi  
3. “Antologia dos Poetas Internautas” a ser lançada, pela Blocos Editora.
 

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Eliane Stoducto
<cristall@domain.com.br>
Videotape
   

Ai quem me dera que o fogo das paixões
de novo me tomasse por inteiro,
incendiada, no calor da discussão,
atiraria em você algum cinzeiro
(e botaria você) da porta a fora
jurando não querer ver sua cara,
nem ter seu corpo nunca mais, nem nada, nada!
Você iria embora e eu choraria
tal e qual uma criança desgraçada.
Para esquecer eu tomaria vinte uísques
e cairia, no sofá, já desmaiada.
Quando acordasse, abandonada e de ressaca,
me sentiria doente e mal amada
pois te queria ao meu lado, me cuidando, 
me dando um sonrisal e uma trepada...
E aí me sentiria, como se estivesse,
num pronto socorro da Zona Oeste:
com frio, triste e desamparada.
Fecharia os olhos e pediria
a Deus para levar a minha alma...
Depois de dias de desespero
chegaria a conclusão de que você era o meu tempero
e então faria planos para te reconquistar,
mas você me ligaria antes de eu telefonar.
Com o coração aos pulos eu diria, calmamente,
que a gente precisava conversar.
Você concordaria e marcaríamos dia, hora e lugar...
E eu botaria a minha roupa mais gostosa
fingindo ser a coisa mais banal e você,
com sua camisa mais charmosa, 
fingiria não notar.
No bar concluiríamos que não dava:
eu não gostava de você, mas te amava.
Você não me amava, mas gostava.
Era urgente que acabássemos com toda aquela loucura passional.
Como adultos de bom-tom brindaríamos à separação
com vinho e algumas lágrimas disfarçadas.
Você me levaria para casa e, depois do longo abraço de adeus
você estaria teso e eu molhada, prontos a repetirmos
a nossa estranha jornada.

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Eliane Stoducto
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    Pororocas
                     

    Os prazeres do corpo
    adoçam, alegram, cicatrizam.
    Abaixo diques, represas!
    Sinto o temporal caindo
    no deserto. Secreto.
    Liberando sumos. Virando Amazonas.
    Abaixo a aridez!
    Meus fluidos correm livres outra vez!
    Quero foz, quero delta, quero muitas pororocas!
    Quero muito! Quero mais! Do bom e do pior!
    Quero aprender, crescer, evoluir
    como a Mocidade na Sapucaí!
    abraçando generosamente tudo que me cabe:
    o ruim e o melhor! Sem restrições.
    E poder, finalmente concluir,
    que tudo depende do ponto de vista,
    que são muitos, que são mis. 
    Abaixo maniqueísmos! Abaixo racismos!
    Vivam os quereres! E os amores! E os desamores!
    Mentes míopes, empoeiradas,
    hipermétropes e cansadas
    pouco podem perceber!
    Visão estreita. Mente estreita.
    Estreito é o nosso olfato, o nosso tato.
    Faixas limitadas. Limitadíssimas.
    O corpo é o limite! Socorro!
    Quero jogar tanto xadrez quanto porrinha.
    Admirar Picasso e Newton Bravo.
    Me deliciar com adoçante, sal marinho,
    fel e açúcar mascavo.
    Quero amar o ateu e a freirinha.
    O belo e o feinho.
    E amar. E ter prazer. E transcender. 
    O limite...
     

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Eliane Stoducto
<cristall@domain.com.br>
        Detesto jogos...
         

        Detesto os jogos da vida 
        emular com o inimigo
        sou avessa às disputas
        trauma antigo
        secular

        Gosto do olho no olho 
        pra começar a questão
        Gosto dos toques, dos gestos
        exponho-me
        à rejeição

        Suporto bastante as falhas
        pois sou  infalível em falhar
        agüento os porres alheios
        permito-me 
        embriagar

        Por isso às vezes me tolho
        Por isso às vezes me encolho
        E fico a ruminar
        Cogito, reflito, penso
        E começo a gargalhar.
         

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Eliane Stoducto
<cristall@domain.com.br>
          Absinto
                       

          Abduzo
          o pensamento
          obsessivo
           

          absorvo
          losna, anis
          sorvo
          absinto
           

          me abstraio
          dessa dor
          absoluta
           

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Eliane Stoducto
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        Dança Aflita
         

        Dançamos nós
        A dança dos casais
        A dança de animais
        Lagos de vinho 
        Cio

        Dançamos mais
        A dança dos  aflitos
        A dança dos malditos
        Poças de sangue 
        Sina

        Rodopiei
        Na dança dos vampiros
        Até cair exangue
        Fado 
        Destino
        Frio
         

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Eliane Stoducto
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        Peito Tropical
         

        Subitamente um presságio,
        um revolver nas entranhas
        ameaça de naufrágio
        me leva a praia estranha 

        Tenho medo de afundar
        nesse denso pantanal
        de emoções que trago dentro
        do meu peito tropical

        Que tem contido ressacas
        represado um mar de fel
        tendo de representar
        sempre o mesmo papel

        Já atuei nesse filme
        sei que é uma velha reprise
        não dá pra mudar o final
        por mais que se improvise...
         

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Eliane Stoducto
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        Colcha de retalhos
         

        A felicidade é uma colcha de retalhos
        que eu vou costurando devagar
        tecendo-a com as linhas das tristezas,
                               dos risos e das lágrimas do olhar
         

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Eliane Stoducto
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        Dolores
         

        Nem tudo na vida são flores, Dolores
        como na vida, nem tudo são dores

        Dolores da vida, em cada esquina
        a nos espreitar
        Dolores do mundo, a cada segundo
        o peito a sangrar
        Dolores sofridas, ao longo da vida
        nos fazem chorar
        Dolores que nascem
        Dolores que morrem
        Dolores mutantes
        Dolores gestantes
        Dolores do parto
        Dolores que partem, deixando ficar
        junto com as marcas, espinhos, Dolores
        e um ramo de flores
        jasmim, margarida ou um simples miosótis
        como a nos dizer: forget-me-not

        Nem tudo na vida são dores, Dolores
        como na vida, nem tudo são flores...
         

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Eliane Stoducto
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Palhaça
 

O tempo passa
                     e eu, 
                        palhaça,
                                no circo maldito
                                                      choro risos.

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Eliane Stoducto
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      Futuro do pretérito 
       

      Eu poderia ficar horas te escutando
      tuas piadas, teus projetos, teus enganos.
      Eu poderia te olhar horas a fio,
      enquanto tu fosses desfiando
      as histórias da avó e dos teus filhos...
      E ficaria horas contemplando
      o teu jeito meio bobo e te adorando...
      Ah, eu ficaria, sei que ficaria...
      Com a atenção dispersando eu te olharia
      sorrindo com ternura e simpatia,
      a mente vagueando em outros planos,
      ansiosa, procurando a fantasia
      de te ter dentro de mim...
      Ah, eu faria tudo isso. Ah, se eu faria!
      Depois, quando calasses, eu te levaria 
      para os brancos lençóis, 
      então serias o meu dono...
      Mas, hoje não, meu querido, 
      estou com sono...
       

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