Eunaldo Costa



Olha aquela negra

Olha aquela negra, turbeculosa, Estendida nas grama úmidas do canteiro do jardim. A chuva e o vento caindo-lhe no corpo Cansado da vida dos becos. - Seu nome ? - Pouco importa, - Poderia ser Carlota - ou outro qualquer. Naquela negra, seminua, enferma, Abandonada, o mundo só não sujou A sua alma, que conserva a pureza inicial. Nesta hora tardia da noite O sono fechou as pálpebras da cidade, Mas existem alguns olhos abertos Vendo as luzes descendo sobre a negra Que agoniza junto às rosas do canteiro do jardim.


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