Fábio Afonso de Almeida
Queda
Então fui; sabia de meu fIm,
Apenas, em recônditos de minha alma
Um atavismo indefinido agia sem cessar
Na busca incessante do que estaVa escrito.
E fui. Ninguém viu a luta formidável
Que destroçou todas as fibras do meu ser
Quando, patético, segui como um morto vivo
A estrada longa e árida do deserto
Na solidão absoluta vi-me, então,
Como uma pálida sombra do que fui,
A descer mais e mais a senda do abandono.
E já sem reação alguma, chorei
Como uma criança desprotegida,
E implorei, titubante: Pai, me ajude!
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