Fábio Afonso de Almeida
Fraude
Participe da grande cartada,
Início e fim de todos os sonhos,
Estampa virtual da matéria,
Idéias semi-sólidas do cérebro.
Pegue, sinta, não acredite,
Chore a perda inexistente,
Exulte-se com o prêmio que finda
Na escala irreal da existência.
Fixe a imagem que desmancha
Detenha o tempo que foge.
Sinta a inverdade do vazio,
Segure a geléia das formas.
Assim que se sentir esgotado,
Não creia no corpo cansado.
Mude sua própria natureza,
Que a morte também é uma fraude.
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