Fábio Afonso de Almeida


Chuva

Ela vem como quem não quer Mas firma devagarinho Com promessas de mais crescer. Murmura umas distâncias remotas E joga meu olhar distraido Para bem longe daqui. Lá onde pontos de luz no horizonte Iluminam de prata o verde da grama E pingam na minha vida Uns lampejos que dançam irrequietos Nos olhos, nos vidros, no coração Na fantasia de um querer sem lógica. Ribomba nostálgico das profundezas O trovão do meu peito Alcançando estas novas mágoas Em águas que a idéia traz: É ela, é ela, cabelos molhados Súbito relâmpago de um corpo nu.


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