Fábio Afonso de Almeida


Estética

Formas coleantes, uma nuca distante Pano de fundo de uma paisagem patética Liquidez perfeita e impressões cotidianas Nas ruas, nos carros, nas mesas. Caminho só, passo a passo Mão nos bolsos, cabeça no céu Sorriso fraco, assobio distante Intenção lenta no andar, a esperar Como espero, sem medo e sem pressa Mensagens sutis de um querer por querer Mas querer somente o belo, se possível O sonho e a visão de uma forma estética. Se não der, volto amanhã e depois Assobio mais baixo, a cabeça ironiza As formas que fogem, quase sem ética (sorrio): Às vezes são uns olhos, uma boca, umas pernas.


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