Álvaro de Campos
 
A Fernando Pessoa
 
     (Depois de ler seu drama estático "O marinheiro" em "Orfeu I") 
 
       Depois de doze minutos  
       Do seu drama O Marinheiro,  
       Em que os mais ágeis e astutos  
       Se sentem com sono e brutos,  
       E de sentido nem cheiro,  
       Diz rima das veladoras  
       Com langorosa magia  
       De eterno e belo há apenas o sonho.  
       Por que estamos nós falando ainda?  

                                         Ora isso mesmo é que eu ia  
                                         Perguntar a essas senhoras...  

 
 
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