À noite descerei desfeito em chuva,
em ouro evaporado em meio às chamas,
vou calmo, indiferente à tempestade
que em negros remoinhos se levanta.
Inventarei portais em minha busca,
penetrarei o chão, duro metal,
levo comigo lagos de ternura
que inundarão teu ventre intemporal.
Na cidade em que as torres como braços
precipitam-se em busca das estrelas
sob o chão em clarões eu me desfaço
nos clarões de Danae em brasas presa.
nas entranhas da terra faz-se aurora
em ouro do teu sexo fecundado,
em ouro eu permaneço, vai embora
um deus por ser divino atormentado. |