Nostalgia de um tempo esfacelado
pelos ruídos surdos dos meus passos
atroando no solo calcetado
por trapos dos meus pés espedaçados.
Solo de flauta vem enovelado
em véus de ventos de imprecisos traços,
sons de gemidos, choro aveludado
chorando em mim, gemendo entre meus braços.
Retalhos de roupagens esquecidas
que os restos de parede derruída
colore estranhamente em verde-cinza.
Ruínas de um incêndio apagado,
as sobras do meu corpo calcinado
levantam-se no espaço, aves de cinzas. |