A procissão de ventos desde a aurora
avança por aldeias, por desertos,
cantando vem chegando, vai embora,
ziguezagueia em seu vagar incerto.
Dedos inquietos, saltam bailarinos
nas hastes escamadas das palmeiras
soam flautas, violões e violinos
seguindo a voz de louca feiticeira.
Os ventos vão erguendo entre as estrelas
solene catedral a Sebastian:
torres de solidão, vozes e velas,
chamas de linho ardendo na manhã.
Harpas marulham em vestidões escuras
por onde o vento passa indiferente,
desatando canções que são loucura
na garganta perdida dos dementes.
Ventos de luz e flamas que confluem,
silfo de cinza e sal eu me desfaço
em nuvens que do chão ao céu refluem
no azul que cai ao chão feito em pedaços. |