Por trás dos olhos velados
eu guardei os meus segredos,
no mundo em água espelhado
por velas presas no gelo.
Formas que tremem, vacilam
em vidros foscos, fumaças,
oscilantes aquedutos
sobre igrejas arruinadas.
As cores indefinidas
hesitam sobre toalhas
de luzes onde se arrastam
sombras de negras lagartas.
Larvas de limo e fuligem
rasgam-me os olhos velados,
fazem rolar meus segredos
num chão de espelhos quebrados.
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