Fabrício Augusto Souza Gomes


Parte Da Minha Vida
(ou Olhos da Noite)

PARTE DA MINHA VIDA Passa com o tempo que me reduz a um só verso . . . a uma só rima. A grande aventura da vida reside no fato de deixá-la fluir naturalmente. São poetas atraídos pela singela arte de escrever coisas da vida, do passado, do presente, do futuro . . . coisas do coração. Apesar de tudo, não tem explicação. É complicado traduzir meus leitores . . . Agora, tento escrever parte da minha vida Mas não é fácil! A inspiração quer "rabiscar" minha percepção! Erro! Fracasso! Se não tento, não experimento o sucesso! Desconheço a decepção! Enfim, minha angústia é o elo que me motiva a escrever . . . Escrever esperando que alguém num mundo distante ainda se emocione ao me ler Para ti, leitor, Torno-me seu cúmplice. Aquele misterioso amigo, que não tem rosto, nem voz, tampouco corpo! Sou um pensamento abstrato que você cria pura imaginação! Não tem jeito! Não consigo falar o que penso. As palavras morrem e meus lábios, enquanto minha mente viaja querendo dizer algo às pessoas que ainda se interessem em ler . . . Mas tudo é questão de tempo! O tempo que seduz o poeta . . . . . . é o mesmo que dá o ponto ( final?) a seus sonhos e inspirações. Sou vítima de uma relação extremamante intimista com você, que me lê agora. Quero estar com você o tempo todo. Com você, posso dizer tudo que sou, tudo que penso, tudo que acredito! Posso falar das estrelas! Do belo e triste brilho delas. Posso falar do som do mar (que se ouve nas conchas!) Posso falar de poesia . . . Posso falar do meu coração Certa vez, escrevia sobre o dia em plena escuridão da noite. Tornei-me cada vez mais confuso . . . pois a noite estava adormecida no fundo de um rio e não conseguia enxergá-lo! O rio que guardava a noite era rebelde, agressivo, inesperado. Mas sincero. Ele nasceu em mim e morreu nos meus olhos. Era a lágrima que inundava de tristeza e alegria PARTE DA MINHA VIDA.


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