A característica "participacionista" na poesia de Álvaro
Pacheco é, ainda, ressaltada por Wilson Martins que a classifica
de "realista e amarga, que não recua de um bom palavrão bem
colocado, mas que nos diz, acima de tudo da imensa tristeza que é
viver, sabendo que a vida é uma coisa transitória".
Para o conhecido crítico literário, Eugênio Gomes,
a poesia de Álvaro Pacheco deixa entrever uma fascinante vibratibilidade
reflete geralmente incongruências do mundo moderno.
D.H. Lawrence que, como se sabe, foi precursor dos chamados poetas apocalípticos
ingleses, já dizia que a incongruência é o meio de
que o homem moderno se serve para atestar o caos e, deliberadamente, explorava
as virtualidades de "the immediate present". Um dos seus críticos
foi, por isso mesmo, induzido a concluir, para justificá-lo, que
"the greatest poetry is nobly dishevelled". A Força Humana
comprovou o acerto daquele postulado crítico. … frenética
a palpitação um tônus individual que os torna inconfundíveis.
E, em conseqüência, após a leitura de A Força
Humana, honestamente, ninguém poderá negar ao autor o traço
excepcional de uma forte originalidade, é um POETA. Em caixa
alta, sim.
Para Fernando Namora trata-se de uma poesia "de hábil equilíbrio,
todo vindo de dentro, entre uma herança poética de harmonias
comunicativas e uma nunca gratuita aventura da palavra".
Mauro Mota no Diário de Pernambuco, em 1973 diz: "à estrutura
poemática, Álvaro Pacheco, situa-se no conceito de Fernando
Pessoa sobre a "emoção verdadeira", que, pelas cargas afetivas,
poderia conduzir a uma expressão antipoética e elidir a poesia..
Ao contrário da refração, que pode conduzir a um nível
de obra de arte, no condicionamento à intuição do
artista, que, na poesia, se torna absolutamente predominante porque estamos
face a uma intuição com a qual entramos no império
noturno da atividade primitiva do intelecto, muito além de conceitos
e da lógica".
E continua:
"… um poeta que construiu um território privado, sem qualquer similitude
com qualquer outro, sem compromissos com as manifestações
de clã. Um poeta dos mais importantes do nosso tempo brasileiro,
não só na sua geração de tão verdes
anos, Poeta de hoje e de amanhã" |