Soares Feitosa
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O que digo entre as
flores?
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Meus olhos
se consomem pela tua promessa"
(Salmo 119,
82)
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O resto foi travo
e mel
que não se disse
mais nada —
em um
ali:
rubro o tempo, as faces. |
— Seu Francisco — indagou,
aflito,
mestre Antônio
(vaqueiro): —
o senhor mandou matar
todos os novilhos,
foi assim mesmo que entendi,
e botar a melhor veste
nos caminhos?
— Como ficará então
esta fazenda?
Sem os bois que morrerem,
o que digo entre as flores?
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Diga nada não,
mestre Antônio,
os novilhos ressurgirão
da terra,
nos passos largos das
minhas sandálias. |
E os caminhos ficarão
de perfume,
diga nada não,
mestre Antônio,
que ela estava morta,
as flores sabem, outra
vez,
agora vive. |
Salvador, mormaço da tarde, 13.03.96
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Nota:
O novilho: in Lucas, 15,23:
Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos |
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