Milhares de poetas, basta clicar!

Comentários

 

Nei Duclós

 

 

 

Um dia, o barro


Amor, risco
de areia.
Casa, futuro
suor.

Poema: pássaro
virá do vento
soprar o barro.
O traço em busca
do próprio torso

Depois de breve
mergulho
a palavra
cala

A palma toca telha
e  tijolo.
O dedo molhado
sonda o deserto.

 

From: Nei Duclós <nei@consciencia.org>

Sent: Tuesday, July 16, 2002 5:40 PM

Subject: Comentário sobre Architectura

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Sonia A. Dias

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

 

      Architectura 

      Sê mesmo Sozinho, és Todo e Tudo.

      Só tu és capaz de trazer os pássaros do ninho
      para escutá-los num silêncio 
      que o gesto traz
      mas que o momento o toma
      num arrebatamento assustador

      belíssima construção
      que faz com que tenhamos 
      a sensação do toque suspenso
      do deslizar das mãos 
      numa "Architectura" de barro
      num pisar sobre barro
      num calar de terra no chão

      e que lá fora os pássaros
      continuem cantando 
      e contemplando a "Ela"

      seja frágil poema
      seja forte presença 
      seja "Architectura" inteira

      que os pássaros tragam 
      no bico o barro para que faças
      tua morada 
      e de tua amada

      Feliz estou por estar em ti
      através de tuas palavras.

 

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

João Gomes Moreira

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

         Parabéns pela beleza, concisão, progressão rítmica: uma obra de Arte!

 

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Elíude Viana

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

 

        Architectura ou "Gênesis", Poeta? 

        Pois não haveria melhor resumo à primeira parte da literatura bíblica, Profeta, que esse teu poema. Porque nele, além da presença, quase palpável, do amor, que não foi explicitado no livro da criação, ainda teríamos o resgate da figura da mulher-protagonista-cúmplice, alijada (pois "culpada") no relato da construção do mundo primeiro. 

        Teu louvor sensual ao companheirismo enternece, Poeta. E nos enobrece, a nós mulheres.

                                                                Elíude Viana.

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Lustosa da Costa

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

SF

       Sua poética é muito maior do que pensa e do que pensam os contemporâneos. É o que me ocorre dizer ao ler Architectura e reler Thiago,

Lustosa da Costa

 

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

 

Dom Feitosa:

Acabo de ler o seu poema nesta madrugado do dia 20, que ainda só nasceu no quadrante do relógio.

O que me encanta é essa loucura da cinestesia criada pelas imagens, que só a língua do poeta é capaz de criar. Por isso ele é perigoso e merece ser perseguido pelos poderosos do momento: ele anuncia mundos virtuais que, no entanto, existem em nossa sensibilidade.
            Vate, vade rectro!

                                    Diatahy

 

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Natália

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

            Não entendo nada de poesia... adoraria comentar Architectura com as palavras de quem sabe os nomes e as características de fases poéticas, como quem estudou  ou aprendeu de tanto ler... Não tenho essa facilidade.

            Suas palavras me encantam.... é só isso.

 

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Carmen Beltrão

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

Ar, o ar presente em seu poema 
a paisagem que não é pequena 
não é fundo, não é tema 
apenas desenha 
em cores mansas 
o silencioso encontro 

Chi, chiove talvez, ou faça sol 
não importa, haverá arrebol 
e abóbada estrelada 
no ninho da palavra anunciada 

Tec, tecnicamente perfeito 
em simplicidade e música 
em forma e jeito 
em sintetismo cortante 
porque nos encara 
e nos faz derramar rios represados 
de sentimentos e emoções (des)concertantes 

Tu, docemente invades 
nossos âmagos protegidos 
e nos roubas a pintura do amor primevo 
idealizado no olvido 
de nossas vidas secretas 
de poetas 

Ra, raiz de nossa terra 
eis-te faraó-deus que te projetas 
imortal nas palavras 
embora, tal qual cada um de nós 
o mais ínfimo dos homens 
besta e anjo a povoar nossos sonhos 
e (ainda bem) as nossas realidades 

Ave! 

 

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Beatriz Fernandes

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

 

Quanto à Architectura....Ah! Architectura....

Já o tinha lido, não uma, mais várias vezes... só não enviei comentários porque não tinha o que dizer... O que interessa, a forma, o rítmo, a estrutura da frase... o delicioso sentido da construção do ninho, como aparece nos comentários que eu li? O  mais importante é o sentimento que ele desperta além do ninho... a sensualidade do amassar do barro... a excitação do alisar as telhas...

Diz-me, oh Poeta!!! Como uma simples mortal pode descrever com palavras estas sensações?

Abraços e obrigada pelas emoções despertadas...

Bia

 

PS. 

Estás perdoado por escrever meu nome errado.. é Beatriz e não Biatriz e também por me promover a poeta. Aliás, estás perdoado também, por todos os pecados que ainda possas cometer...

 

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Paulo Torquato Tasso

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

 

        Architectura cheira a terra, cheira a origem, cheira a mato, cheira a primórdio, cheira a raiz. As pessoas se deslumbram com isto por estarem, talvez, em busca de algo que não encontram no nosso mundo. O que parece é que você também não está encontrando, haja vista a emoção concentrada em dose cavalar que conseguiu colocar em apenas duas dúzias de palavras. Contudo, traduziu não só sua agonia, mas a de milhares de pessoas: daí a magia do artista.

        Se realmente existirem neste país poetas, intelectuais e críticos que mereçam estes nomes, tua obra será leitura obrigatória para os vestibulares do próximo século (existirá este diabo então?).Você seria sempre artista, independentemente do instrumento de expressão que utilizasse.

 

 

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Danillo V. B. Silva

 

 

From: Danillo V. B. Silva Vsildan@aol.com

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

Arquitetura

         Usando as palavras de forma "arquitetônica" construistes um Templo à POESIA, cuja forma foi desenhada por Ela e Tu, como mestre, atijolastes as paredes, com tijolos por ti amassados, com o mesmo carinho que um
amassador de uvas o tem no preparo de um fino vinho, subindo-as até a cumieira que cobristes com telhas por  ti formadas e, por delicadas mãos, alisadas com ternura. Verdadeiro Templo ao Amor, construído a duas mãos.O Silêncio é para a meditação.

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

R. Rondan-Roldan

 

 

Belo poema. Belíssimo. 

Plumas e diamantes no oco do silêncio. 

O sangue contido. 

Fervendo.

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Carla Pereira

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

Esse poema a mim tocou-me de uma forma especial passei-o para meus cadernos para o poder ler mais tarde a meu namorado o nosso sonho é também construir a nossa casa o nosso ninho de amor, o nosso refúgio feito de sonho onde nos achamos e nos completamos um ao outro. 

Um dia desenharei essa casa feita apenas á nossa medida, a casa que ele construirá com as suas mãos e eu com as minhas mãos hei-de ao fim do dia acarinhar as suas mãos cansadas.

Carla

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Eloí Elisabet Bocheco

 

 

To: jpoesia@sec.secrel.com.br

            Que surprise bonita! Um poema escrito em 19.11.98! Gosto tanto dessa ordem sintática que você usa e que dá um toque de beleza e força ao dito."Os tijolos, eu os amassarei com os meus pés"  Também em "hei de aprontar o barro mais macio" — "hei de aprontar" é quase um repouso. Até mais!  Eloí

 

 

 

Voltar para Architectura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhares de poetas, basta clicar!

Comentários

 

 

Sent: Friday, November 09, 2001 11:07 PM

Subject: Comentário sobre Architectura


(Um dia, Ela desenhará em chãos longínquos a nossa casa) Jú, eu achei magnífico a forma que ele dedica o poema a ela, lembrei da carta a minha noiva. Olha que forma mais poética de dizer que ele será apenas um servidor aos desejos da amada, (Ela,desenhará no chão) a ele não cabe nem interpretar uma planta, ela dará forma efetiva a casa, (desenhando-a no chão). Isso para mim também tem o significado que ela definirá os alicerce de suas vidas. Não bastando isso, ele desfecha o verso, com: que eu farei com essas mãos, ele agora construirá com as próprias mãos a casa, dependerá das mãos dele, do trabalho dele: - a sobrevivência!.. e o abrigo do casal.

Adiante, ele define que os materiais, e o que todos comprariam: ele fará. com os pés no barro, um contato primitivo com a natureza, com a terra (para mim significa a harmonia com o universo, a comunhão a paz de espírito. Aí ju, vem um verso lindo, 

As telhas - Hei de aprontar com o barro mais macio. Para o telhado, aquele que os abrigará do sol árduo, das tempestades, do sereno frio da noite; ele tem o cuidado de preparar com o barro mais macio. É o compromisso de cuidar e acariciar, proteger com zelo.

As formas serão por mim, uma a uma completadas. agora sim ele preocupa-se em dar forma, em criar. diferente do alicerce e da forma da casa, onde ela as define; agora ele definirá e moldará as telhas, uma a uma. a proteção, a segurança, o cuidar cabe a ele, e com o barro mais macio.

Ela alisará longamente seus dedos molhados em profundo silêncio: A ela, cabe alisar as telhas, acaricia-lo. Sem contar que dedos molhados tem também sentido de masturbação, de satisfação sexual. Em profundo silêncio... só o mais puro amor curte-se em silêncio... sente-se!

Só pássaros. (deixou-me com a imensa vontade, também, de construir meu ninho.)

 

Voltar para Architectura