1994: um cavalo de
prata se espatifa no muro.
1997: 400.000 cavalos
estertoram no túnel da França.
E a torre Eifel lhes aponta
o eterno
e o panteão dos
homens recebe
um deus,
uma deusa.
De uma ruga só,
uma velhinha e seu traje
branc'azul.
Era Agness,
Agness Gonxha Bajaxhiu,
vulgo Madre,
— não alcançava
nem a altura dos peitos da princesa
e ambas estavam belas —
Tereza de Calcutá!
Doutra feita, era uma
negrinha arrepiada,
terras Cabral,
onde as infâncias
distraídas.
Noutro dia, um jovem,
outro jovem, mais outro,
muitos outros,
e o mal-syphiles-aids
carcomia os fantasmas
menos no olhar daquela...
Ela viverá,
porque em terras d'África,
as minas rentes ao chão
haveriam de ser
(nunca foram, jamais
serão)
espanadas, clamadas contra
o mundo.
Ela disse:
— Não queremos
minas!
E as minas fabricamos,
e os cavalos fabricamos,
e a peste fabricamos,
e os famintos fabricamos,
porque esta é
a canção terrena,
por isto mesmo, este
não é, jamais será,
Diana,
um lugar muito calmo:
não às crianças.
Por favor, não me culpem as fotos!
Porque as fotos cegam,
apenas cegam,
momentaneamente.
E nem me culpem as barras
de direção,
muito menos culpem
a velocidade.
Não me culpem nada,
aos deuses culpem,
porque os deuses levam
levam tudo, nos tomam tudo, os deuses,
quando eles querem,
nos roubam
os mais amados!
A ti Ayrton,
a ti Diana,
agora no mesmo podium,
— as mulheres jamais
serão
contra ti, Diana.
Fortaleza, 31.08.97
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