Moacir Félix


Auto-Retrato

Certa vez, numa aventura estranha fugi do estreito túmulo em que me estorcia para uma ampliação sem fim. Quando voltei e senti, de novo, ferindo-me, o peso dos grilhões, então não mais sabia quem eu era. E nunca mais soube quem eu sou. Talvez a sombra triste de um sonho de poeta. Talvez a misteriosa alma de uma estrela a guardar ainda no profundo cerne a ilógica saudade de um passado astral.

[C.T., 1959.1

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