Francisco Karam
Coração Viajante
Chegam e vão entrando em mim
Como por um caminho aberto.
Passam e vão
Levando da poeira de minha carne
Na carne do seu corpo.
Ficam em mim, como na estrada,
As marcas dos seus pés
E o murmúrio distante dos seus cânticos.
O meu corpo tem saudades.
Ele as iluminou,
Como o braseiro dos serões,
Dando sangue, dando calor.
O meu corpo tem nostalgia.
Ele vive,
Na carne que elas levaram dele.
Na alma que elas arrancaram,
Aos punhados, dos meus olhos.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *