Fernanda Lohn Ramos


Fim de tarde

O sangue está rompendo dentro dos meus dedos. A esperança não é mais o ponto fundamental A inexperiência esquiva-me Meus pertences não são mais meus Estou tomada, a saída qual será? Os séculos não terão a resposta Garotos Nada explicará o inexplicável fato de eu te adorar O que estou fazendo aqui? Será que não era para mim estar lá? Ou acolá? Não sei, o conforto não faz-me exemplificar nem locomover-me Talvez por isso eu seja covarde O pensamento vaga e nesta hora onde você está? Eu queria tanto ter-te sempre quando eu precisar Estar perto de você para amar Te amar Como queria, eu agora te amar com a intensidade dos amantes e a paixão dos adolescentes e a ternura das crianças Dizer não talvez fosse a resposta para um nada O perfeito sempre enfeita o risco de sermos idiotas O real nem sempre ignoramos e como ajudar os sentidos? Como posso ver o horizonte com teus olhos? Remover os ideais Ressuscitar o que não nasceu, de repente a flor do caixão murchou o defunto apodreceu e eu? O miolo tornou-se semente e a vida tornou-se idade nas pedras sem ideais, O renascer de pensamentos obscuros no enraivecer da ignorância humana Ajudem-me Cantem algo que socorra-me Minhas idéias por mais absurdas que possam ser...


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