Flávio Sátiro Fernandes

Ode aos noventanos
Ao meu pai, nos seus noventa anos.

O tempo é rio por onde flui o existir. A energia que podia se extinguir renasce, tocada pelas asas das borboletas que, na manhã clara, se libertam do capulho alvinitente do algodoal. No mimetismo geográfico, a compreensão dos mistérios que a alma revolve no seu dia-a-dia. Viver é o desafio. A casa é o desafio. O pão é o desafio. Andar é o desafio. Ver é o desafio. Ouvir é o desafio. Vida de vaidade despojada. Verdade em aço forjada.


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