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Atualizado em 25.02.01
Novidades da semana
 
Responsável:
Soares Feitosa
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Flávio Moura 
Resenha, ensaio, crítica e entrevista:
  1. Hilda Hilst, resenha
  2. Soares Feitosa, entrevista
  3. Meu caro poeta — correspondência Drummond x Cabral
 
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Flávio Moura 

Meu caro poeta 

Correspondência com Drummond
e Bandeira esclarece a formação
poética de João Cabral
 
[in Revista Veja
Edição 1 689 - 28/02/2001]

 
 

Quando concluiu seu primeiro livro, Pedra do Sono, em 1942, o poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto enviou-o a Mário de Andrade, à época já um medalhão da vida intelectual brasileira. Não recebeu resposta alguma. Considerando-se a generosidade do autor de Macunaíma com os mais novos e sua prolífica produção epistolar, João Cabral tinha motivos de sobra para ficar magoado e desanimar. Por sorte, não lhe faltaram mentores de primeiríssimo time. Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, os nomes-chave da poesia modernista no Brasil, souberam reconhecer o valor daqueles poemas e foram referências em sua formação. Durante as décadas de 40 e 50, Cabral correspondeu-se com eles. As cartas, reunidas pela pesquisadora Flora Süssekind no volume Correspondência de Cabral com Bandeira e Drummond (Nova Fronteira; 320 páginas; 32 reais), que chega às livrarias no dia 5 de março, são uma oportunidade inédita de acompanhar o processo formativo de Cabral e de entender o papel desempenhado por Bandeira e Drummond nesse período. 

A afinidade mais imediata se dá com Drummond. Foi por causa dele que Cabral decidiu tornar-se poeta. A leitura de Brejo das Almas, um dos primeiros livros do mineiro, trouxe para ele o elemento que seria o ponto de partida para sua poesia: a dicção áspera, despida da oratória eloqüente típica da poesia clássica e que tanto o irritava. Nas cartas, ele chama Drummond de mestre, pergunta se um dia aprenderá "aquela linguagem de seu livro", confessa que ele é o único a quem tem sentido vontade de escrever. O poeta mineiro, por sua vez, incentiva a publicação de Pedra do Sono. "Escrever para si mesmo é narcisismo, ou medo disfarçado em timidez", aconselha Drummond com precisão cirúrgica, numa carta de janeiro de 1942. Desde o início ele elogia "as associações de coisas e estado de espírito que excedem a lógica rotineira" da poesia cabralina. A desaceleração do contato entre os dois no início da década de 50 revela, igualmente, o grau de ascendência do mestre sobre o discípulo. Por essa época Drummond fica mais político, metafísico, o que naturalmente acaba afastando Cabral. Mas também é fato que Cabral precisava parar de se medir pelo metro de Drummond e impor sua dicção. Estava num impasse: ou virava um imitador, ou rompia o diálogo. 

Com Bandeira não havia esse problema. Cabral tenta o primeiro contato em 1942, enviando-lhe seu livro, mas a relação entre os dois só se estabelece em 1947. A essa altura, as cartas mostram que Cabral já sabe muito bem o caminho poético que pretende seguir. Numa carta de 1948, ele reconhece a capacidade de Bandeira de despir seus versos de qualquer efeito "poético", de escrever como se a realidade que ele apresenta não fosse mediada pela linguagem. Mas deixa bem claro que sua lavra é outra: a do apuro formal e do distanciamento crítico. As cartas também revelam um Bandeira que não se enquadra no estereótipo de um poeta consagrado em fim de carreira. Ele se mostra um intelectual curioso e atualizado, que instiga Cabral a conhecer os poetas espanhóis e sabe reconhecer a força de um poema como o O Cão sem Plumas, que Cabral lhe envia em 1950. 

No fundo, esse livro de cartas mostra a organicidade da tradição moderna no Brasil. Cabral tinha plena consciência dos principais nomes da geração anterior a ele e queria partir daquele ponto para avançar e construir sua obra. A ida à Espanha é de importância crucial para essa independência. Lá ele encontra um ambiente intelectual dinâmico, aproxima-se do surrealismo, fica amigo do pintor Joan Miró, lê poetas como Jorge Guillén e García Lorca. A partir desse livro, é possível traçar os primeiros passos de João Cabral nessa imersão pela cultura espanhola e acompanhar a construção de um caminho poético que o colocaria na mesma altura dos antecessores Bandeira e Drummond. Não foi à toa que Mário de Andrade não o entendeu. João Cabral era moderno demais para ele.


Mui caro Manuel, 

Numa fase de pré-operação, operação e pós-operação da cabeça, com tudo que isso implica de medo, medo, medo, impediu-me de lhe agradecer antes o Literatura Hispano-Americana. Estou certo de que v. me desculpará. (...) Ando com muita preguiça e lentidão trabalhando num poema sobre o nosso Capibaribe. A coisa é lenta porque estou tentando cortar com ela muitas amarras com minha passada literatura gagá e torre-de-marfim. 

Um grande abraço de seu
João Cabral
Barcelona, 3 de dezembro de 1949
 
 

Meu caro Carlos, 

Quando eu estava no Rio, acostumei-me tanto a discutir com v. certos assuntos que não me seria possível deixar de abordá-los. Muitas das coisas que eu lhe diria são coisas que aprendi de você, naquelas nossas conversas, em que eu me encastelava num racionalismo esquemático e radical (que hoje compreendo ser onanista inteiramente). Ora, v. hoje está preocupado por outras coisas, já muito mais adiante, por exemplo: a "quadratura" do verso. E só poderia ficar indiferente às minhas preocupações atuais. De seu

João
Barcelona, 14 de agosto de 1950
 

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Flávio Moura 

 
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Flávio Moura 
 

Flávio Moura entrevista o fundador do 
Jornal de Poesia
 
POESIA NA REDE MUNDIAL


 

Moura - Há quanto tempo o senhor mantém este jornal de poesia? 
Feitosa - Foi fundado no dia 13.06.1996. Resultou de eu ter constatado, quando comecei a navegar na Internet, que à época nada existia na WWW em português. Ninguém sabia de Castro Alves, nem de Camões, nem de Gonçalves Dias. Aliás de Gonçalves Dias havia alguma coisa, mas era a página do Banco do Brasil, uma filial no Maranhão, cidade do mesmo nome... Imediatamente surgiu o Jornal de Poesia, cuja intenção era, digamos, fazer uns 100 poetas. Hoje temos ali mais de 2.000 e todos os dias aumenta um pouco. Só a lusofonia, só o Português, falo isto me levanto desta cadeira – ao redor do Mundo, nós, os lusos e suas gentes. Apoio? De ninguém, a não ser uns gatos pingados, raros, anônimos e amigos. Valem a banda do mundo. Se quiser saber um pouco mais sobre a fundação do Jornal de Poesia, veja o Manifesto

Moura - O site é bastante visitado? 
Feitosa - Sim, muito. Recebo uma média diária de 50 cartas eletrônicas, que eu mesmo respondo, de todos os recantos do planeta. Você nem imagina o monte de lusos-brasis-angolas e quejandos espalhados nesse mundão de Deus. No Canadá temos uma bela colónia lusófona, sempre muito presente no JP. Acentuei colônia com agudo em homenagem a eles. A vantagem da Internet é ter acabado com a hegemonia da corte: basta que esteja na Internet, tanto faz ser em São Paulo, em New York, como em Santa Maria da Boa Vista, Caruaru, Canindé, ou Fortaleza. A Internet não tem fronteiras e isto é ótimo. 

Moura - Como o senhor definiria poesia virtual? 
Feitosa - O senhor conseguiu me assustar com esta pergunta, porque nunca pensei que existisse a tal poesia virtual, mas vejo agora que existe. Este poema, o “Nunca direi que te amo”, até o momento não foi publicado em papel e tinta em canto algum. Todavia, está fazendo um sucesso estrondoso ao redor do mundo. Já recebi um monte de comentários, de todos os quadrantes. Tenho certeza de que repercute muito mais do que se estivesse num livro, desses livros que não circulam. Ontem, uma poeta me passou um email dizendo-se desesperada com 1.200 exemplares que mandou imprimir e não tinha como distribuir. Disse a ela que procurasse uma lista de padres, de gerentes de banco, de juízes, de professores de química... Temos que sair desse círculo vicioso de mandar livros só para os poetas. A maioria nem lê. E quando lê, sai zombando. Ontem visitei um amigo que estava num hospital. Estou pensando em fundar “bibliotecas móveis” nos hospitais — aí está idéia... a turma lendo o Paulo Coelho, qual é o problema que seja o Paulo Coelho ou o almanaque do Jeca Tatu? Voltando ao tema da pergunta: a poesia virtual existe, sim, dou-me conta que existe. Tenho até um poeminha, “À vista de ti”, feito para uma pessoa que nunca vi pintada..., nem quero ver. 
 

Moura - Que diferenças o senhor destacaria entre esse formato e a poesia tradicional, impressa? 
Feitosa - Não deve haver diferença quanto ao conteúdo poético em si. A poesia subsiste pelo texto, tão só por ele. Daí porque entendo que o concretismo poderia ter sido válido apenas como um recurso de ênfase, algo como usar um papel de  qualidade, uma impressora com tinteiros novos, etc., mas o texto em letras “times new roman”  é que faz a poesia. É inegável que os efeitos visuais, no computador, são ilimitados, mas isto jamais implicará em transformar a má poesia em produto de qualidade. Se o texto é bom, ainda que escrito num papel de embrulho, de carvão ou caneta, continuará sendo bom. Acho válido, mas não essencial que seja bonito de ver na tela. Mas se tiver muito enfeite, muito salamaleque, prejudicará, com certeza. O Navio Negreiro é poema até debaixo d'água. No Jornal de Poesia tem umas correntes, dá um efeito visual fantástico, mas não é fundamental. Fundamental, sim, é o gênio do “Menino”; porque aquilo ele escutou diretamente da boca de Deus, apenas teve o trabalho de copiar; tal qual Beethoven também escutou o 3º movimento da 9ª Sinfonia. Eu disse o "terceiro movimento". O autor é Ele, não eles. 

Moura - Que novas possibilidades de sentidos, significados, enfim, que novas relações léxicas, sintáticas e semânticas podem-se criar a partir desse formato? 
Feitosa - Acho o efeito visual valioso, mas o texto há de subsistir. Sem texto e contexto não há poesia. Talvez haja pintura, escultura, [que podem e devem ser plenas de poeticidade]; mas poesia, não; ela tem que ter um texto em letras. Esse foi o engano dos concretos imaginar que bastava escrever umas letras tortas. Não existe poesia concreta; existe efeito de ênfase, pelo enfeite gráfico, ao poema. Só isto. O resto, me desculpem, é pura enganação. Botem um concretista para recitar um poema concreto... 

Moura - Quem são os principais poetas, com obras de qualidade, do gênero? Os critérios para avaliar a qualidade de um poema eletrônico podem ser os mesmos dos empregados para avaliar a poesia impressa? 
Feitosa - Certamente são os mesmos. O grande “leitor” de poesia se chama ouvido médio, e não o “olho”. Lê-se alguma coisa com olho, sim; alguns poetas recepcionam bem com o olhar apenas – leia-se João Cabral; outros, poucos, perdem o olhar e continuam produtivos e bons leitores. Leia-se, deste último grupo, JLB que, cego, via mais e melhor do que quando enxergava. O órgão dos sentidos para ler o poema, para mim, é o ouvido. Há que ler, sim com os olhos, nem precisa mexer com os lábios, mas os sons respectivos da palavra-escrita deverão estar estalando na caixa auditivo-emocional do leitor. Penso assim. Procuro "ler com o ouvido"..., a não ser que não seja poesia. 

Moura - Em que medida o formato se adequa à concepção de poesia iniciada por Mallarmé e fagocitada, transformada e difundida pelos nossos concretistas? 
Feitosa - Uma grande “bobajéu”. É o que penso dos que imaginam que o poema é figura e figuração. Com todo o respeito, permissa venia, não é, nunca foi, jamais será. 

Moura - O senhor acha que o desenvolvimento desse tipo de linguagem (e da literatura eletrônica em geral) compromete o futuro do formato livro? (sei que a discussão é um tanto estéril e acaciana, mas há que se perguntar...) 
Feitosa - Acho não. O livro jamais perecerá. Veja, no meu caso que tenho outra atividade profissional: — consultoria tributária — eu vejo as novidades na Internet, mando imprimir o parecer em papel, boto o papel debaixo do braço, leio, releio e anoto. Imprimo todos os artigos que me interessam, mas não deixarei de comprar todos os livros editados pelo mestre Hugo de Brito Machado e outras sumidades. Já recebi cartas de vários leitores dizendo que compraram o livro de Pessoa depois que leram um poema dele no Jornal de Poesia. Uma das cartas que mais me comoveram foi a de um engenheiro que dizia jamais ter lido algo de poesia depois daquelas obrigatórias do vestibular. Caíra na bobagem de abrir o Jornal de Poesia, um poema de Bandeira, e me contava que havia comprado as Obras Completas de Bandeira... A Aguilar me deve a comissão... Claro que é mesmo assombrar, a Internet funcionando como a grande vitrine para o livro, detonando, como no caso do engenheiro, a necessidade de comprar o livro. Quanto aos jovens, o senhor nem me imagina a quantidade deles perguntando coisas, fazendo pesquisas. Sempre os encaminho às bibliotecas, aos livros de papel e tinta do Massaud Moisés, etc., etc. É um detonador, uma espoleta, de grande valia, essa tal de Internet, arauto do livro, isto sim. Vai aumentar a vendagem, com certeza. Estamos revivendo um novo Iluminismo. Aguarde uns 10 anos... depois me diga. 

Moura - Que técnica é preciso saber para criar poesias animadas no computador? 
Feitosa - Acho isto, dos saltitantes, uma grande bobagem. Ou o poema tem vida própria — o seu equivalente em papel e tinta —  ou melhor montar um circo de cavalinhos. 

Moura - Como criar um site de poesia eletrônica? 
Feitosa - Basta usar qualquer navegador do mercado. Utilizo para o JP o Composer, da Netscape, mas os outros são muito bons. No Jornal de Poesia dou preferência absoluta ao texto, nada de muito salamaleque porque apenas retarda a navegação. As linhas telefônicas ainda são muito ruins e congestionadas. Em conseqüência, se tiver muita figura, a página fica lenta. Nem sei como esses jovenzinhos conseguem “puxar” a imagem inteira de uma dessas boazuadas da Playboy. Primeiro surgem os cabelos, o rosto da mulher vem, mas é demorado, e aquelas coisas boas, ah, como tardam... não sei como eles agüentam tanto... certamente fazem grandes treinamentos contra a “præcox-ejucalatio”. 

Moura - O senhor conhece sites interessantes sobre o tema (inclusive sobre teoria literária)? Quais? 
Feitosa - Sou meio arrogante em relação ao Jornal de Poesia. Ele foi criado em face da absoluta orfandade da língua portuguesa na Internet. Hoje, em qualquer língua, não há nada, em volume, parecido com o JP. Por isto digo: se não está no JP é porque não existe... Um tirano já disse igual em relação ao Alcorão, e mandou queimar a Biblioteca de Alexandria.  Mas é meio tragicamente verdadeiro: “Veja o JP, lá tem; e se não tem, paciência, é porque não tem!” 

Moura - Há alguma outra consideração a respeito que o senhor gostaria de tecer?
Feitosa - Tenho certeza de que Jornal de Poesia é uma idéia “muito-mais-maior” do que as minhas forças.  

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Flávio Moura 
Rica de amores, Hilda Hilst volta em 77 poemas
in Jornal da Tarde,
12.06.1999




Sem o erotismo sempre associado a sua obra, a escritora está lançando ‘Do Amor’, o 41.º livro de sua brilhante carreira. Dedica o trabalho ao pai, poeta como ela, e o único homem que diz ter amado na vida
 
 

Hilda Hilst não está louca. Apenas deixou de representar o papel que alguns acham caber à personalidade da escritora brilhante que ela é. Ante o silêncio do público e a estupefação calada da crítica, ela diz o que pensa sobre sua obra e sobre a vida. 

Hilda acaba de lançar mais um livro, o 41.º de sua carreira. De poesias. Sobre o amor. Ou melhor: Do Amor. Nele Hilda reúne 77 poemas que tratam de um tema que é a chama onde arde outro tema, mais associado a seu nome ultimamente: o erotismo. O Caderno Rosa de Lori Lamby, livro marcadamente erótico, lançado em 1990, acaba de ganhar adaptação para o teatro. A peça, dirigida por Bete Coelho, tem Iara Jamra como protagonista e estréia quinta-feira. 

Imortalidade 

Mas Hilda não gosta de ser lembrada por isso. Sua obra é infinitamente maior.“Todo meu trabalho é um livro só. Ponho muitas máscaras para ser sempre a mesma”. 

Já na década de 70, o reputado crítico Anatol Rosenfeld a incluía no seleto grupo dos escritores capazes de praticar com competência os três gêneros: poesia lírica, dramaturgia e prosa de ficção. 

E Leo Gilson Ribeiro exultava: “Hilda é a mais perfeita escritora em língua portuguesa viva. Há vários anos, é a mais abissal e deslumbrante prosa poética do Brasil posterior à genialidade de Guimarães Rosa.” Também atônita ante o silêncio inescrutável que envolve sua obra, Hilda limita-se hoje a dizer o que bem entende. 

“As pessoas pensam que sou louca. Seria bom ficar louca. Eu esqueceria tudo de vez. Mas acho que ainda não cheguei lá.” Hilda Hilst e sua obra não existem sem esse tema – o da loucura. O pai da escritora, o poeta Apolônio de Almeida Prado Hilst, enlouqueceu aos 36 anos. Do Amor é dedicado a ele. 

“Meu pai foi o único homem que amei na vida”, diz a escritora. “Foi ele quem me disse que a perfeição é a morte. Não será essa a maior certeza de nossa imortalidade?” 

Sobre esses e outros temas, Hilda conversou com o JT. Mas não por muito tempo. Estava com difuculdade para falar, por causa de uma isquemia, e também um pouco ansiosa: tinha medo que a entrevista a fizesse perder a novela das seis. 
 




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