Francisco Nóbrega


Solidão Amena

Malfazeja flor entre os homens e os campinas humanas desgarradas, rosa garrida com pétalas desfolhadas, sombra perdida em horizontes sem fim, tristeza alada... Carregada com cores da sarjeta, resplandeces, contudo, os tons da madrugada, refúgio pobre de poeta angustiado, prenhe de inspiração e ansiedade, dor amada... Amiga és dos puros, dos padres e dos poetas, dos que labutam em claustro próprio, gerando idéias, amargando sonhos, e que ao fim deste clausura haja, alegria ansiada... Qual recato que conduz a dor d’alma, escapando das mundanas vãs querelas, arrematas teu leito de esperanças ao encontro da luz anunciada, amiga aureolada... Mitigas a dor aos seres criadores, na jornada sombria em que sua vida passa, abrigo afetuoso de peregrinos escritores, bálsamo amado com mágoas camufladas, promessa sonhada... Hás de levar-me aos cimos montanhosos, donde se alcança o compreender sublime, descortinando o mistério em plenitude, amorizando o sonho de uma vida, paz alcançada.


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