Acho tão natural que não
se pense
      Que me ponho a rir às vezes, sozinho,
      Não sei bem de quê, mas é
de qualquer cousa
      Que tem que ver com haver gente que pensa
...
     Que pensará o meu muro da minha sombra?  
      Pergunto-me às vezes isto até
dar por mim 
      A perguntar-me cousas. . .
      E então desagrado-me, e incomodo-me
      Como se desse por mim com um pé
dormente. . .
      Que pensará isto de aquilo?
      Nada pensa nada.
      Terá a terra consciência das
pedras e plantas que tem?
      Se ela a tiver, que a tenha...
      Que me importa isso a mim?
      Se eu pensasse nessas cousas,
      Deixaria de ver as árvores e as
plantas
      E deixava de ver a Terra,
      Para ver só os meus pensamentos
...
      Entristecia e ficava às escuras.
      E assim, sem pensar tenho a Terra e o Céu.  |