O pastor amoroso perdeu o cajado,
E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta, E de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe pira tocar. Ninguém lhe apareceu ou desapareceu. Nunca mais encontrou o cajado. Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas. Ninguém o tinha amado, afinal. Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo: Os grandes vales cheios dos mesmos verdes de sempre, As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento, A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem, estão presentes. (E de novo o ar, que lhe faltara tanto tempo, lhe entrou fresco nos pulmões) E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor, uma liberdade no peito. |