Primeiro prenúncio de trovoada de depois de amanhã.
As primeiras nuvens, brancas, pairam baixas no céu mortiço, Da trovoada de depois de amanhã? Tenho a certeza, mas a certeza é mentira. Ter certeza é não estar vendo. Depois de amanhã não há. O que há é isto: Um céu de azul, um pouco baço, umas nuvens brancas no horizonte, Com um retoque de sujo embaixo como se viesse negro depois. Isto é o que hoje é, E, como hoje por enquanto é tudo, isto é tudo. Quem sabe se eu estarei morto depois de amanhã? Se eu estiver morto depois de amanhã, a trovoada de depois de amanhã Será outra trovoada do que seria se eu não tivesse morrido. Bem sei que a trovoada não cai da minha vista, Mas se eu não estiver no mundo. O mundo será diferente — Haverá eu a menos — E a trovoada cairá num mundo diferente e não será a mesma trovoada. |