Ricardo Reis
Prazer
 
Prazer, Mas devagar, 
Lídia, que a sorte àqueles não é grata 
Que lhe das mãos arrancam. 
Furtivos retiremos do horto mundo 
Os depredandos pomos. 
Não despertemos, onde dorme, a Erínis 
Que cada gozo trava. 
Corno um regato, mudos passageiros, 
Gozemos escondidos. 
A sorte inveja, Lídia. Emudeçamos.
 
 
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