Ricardo Reis


Frutos

Frutos, dão-os as árvores que vivem, Não a iludida mente, que só se orna Das flores lívidas Do íntimo abismo. Quantos reinos nos seres e nas cousas Te não talhaste imaginário! Quantos, Com a charrua, Sonhos, cidades! Ah, não consegues contra o adverso muito Criar mais que propósitos frustrados! Abdica e sê Rei de ti mesmo.


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