Fernando Pessoa

Tudo quanto penso
 
     Tudo quanto penso,
     Tudo quanto sou
     É um deserto imenso
     Onde nem eu estou. 

     Extensão parada
     Sem nada a estar ali,
     Areia peneirada
     Vou dar-lhe a ferroada
     Da vida que vivi. 

[...] 

          Fernando Pessoa, 18-3-1935 
 

 
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