Desenhar riscos de nada sobre nada
que sofrem por antecipação
pelo nada que são;
fazer do nada lixo
para o nada imanente
ao momento de criação.
De um nada ao outro
criar uma ponte ausente
onde trafega a ilusão
de dor que vai
e volta pequena
dádiva de absolvição
da culpa de nada.
Aqui está: de absolutamente
nada a representação.
Mas diga que não há,
após tais núpcias de nada,
algum mistério absurdo,
algum silêncio túrgido,
alguma fosforescência no pensando.
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