—Vê! Está uma estátua o compositor, por
Mais que os violentos ventos lhe varram a face!
Vê! Retesa seu rosto—qual recordasse
A sua amada imortal e seu ideal amor...
—Ouve! Os raios rompem c'um ruído de horror!
Beethoven, para tê-la inda uma vez, matasse
Talvez!—Ouve! Ele de imprecações toda a classe
Lança aos homens terrestres, aos céus—ao Senhor!
—Sente! Sente a tristeza imensa que a sua crença
Na piedade de Deus e do Homem avassala!
Amar, compor a vida inteira... Recompensa?
Da amada incompreensão!... —Restou-lhe a solidão!
Da turba indiferença!... —Restou-lhe a comum vala!
—Tempestua e troveja, ó tonítruo trovão!!!
Porto Alegre, 13 de Setembro de 1997
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