A minha rua tem toda a alma de Fortaleza,
nasce na solidão do trilho e morre aqui comigo.
Foge pelas pedras presas do calçamento cinzento
esfarelando sonhos corpos almas vidas.
A minha vida começa e termina
na fortaleza dessa rua crua e dura
com apurada beleza (ou será pobreza?)
da vida com a qual não sonhei.
Subo e desço a rua de pé inchado,
cabeça inchada corpo inchado sonho inchado,
vista alta, olhando para um céu
onde não vejo nada nada nada. |