Garção


Soneto

Três vezes vi, Marília, de alva lua, Cheio de luz o rosto prateado, Sem que dourasse o campo matizado, A linda aurora da presença tua. Então subindo à serra calva e nua, De um íngreme rochedo pendurado, Os olhos alongando pelo prado, Chamava, mas em vão, a morte crua. Ali comigo vinham ter pastores, Que meus suspiros férvidos ouviam, Cortados do alarido dos clamores. Tanto que a causa do meu mal sabiam, Julgando sem remédio minhas dores, Por não poder-me consolar, fugiam.


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