Ana Garrett


Quem se esconde

Quem se esconde em meus versos inacabados, sou eu... E nasceu uma flor duma terra de cem anos. Sem regá-la, cuidá-la, nasceu. E as minhas sílabas continuam no caule verde dessas flores, interditas a leituras ao amanhecer. Quem se olha, assim, como vós, uma para o outro, em contínuo desejo? Quais avencas debruçando-se para um último beijo. E eu no meio, sempre toda a vida no meio e permaneço, escondida nas raízes, num eterno e agitado sossego


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