Gilberto Avelino

Águas Leves de Gamboa
                  
 
Águas leves de gamboa,
que tristemente cantais,
por que vos impacientais,
se de sol vos vestis,
e se vos coroais
de brancas rosas de sal?

Tendes o rio vizinho,
e mais distante
o mar amplo
em que vos renovais.

O que de mim esperais,
águas leves de gamboa?

Não vedes a face sangrando,
não ouvis a voz repartida
com a agonia do vento,
e só de mágoa acrescida?

- Soledade de cal isolada
da areia e do cimento,
ou de pássaro ausente
do primeiro azul da tarde.

Águas claras de gamboa,
que levemente ondulais,
compartilho convosco
dos murmúrios que cantais.

 
                                                                          
Remetente: Walter Cid

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 Página editada  por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  31  de Março de 1998