Gonçalves Crespo


Fervet Amor

Dá para a cerca a estreita e humilde cela Dessa que os seus abandonou, trocando O calor da família ameno e brando Pelo claustro que o sangue esfria e gela. Nos florões manuelinos da janela Papeiam aves o seu ninho armando, Vêem-se ao longe os trigos ondulando .. Maio sorri na Pradaria bela. Zumbe o inseto na flor do rosmaninho: Nas giestas pousa a abelha ébria de gozo: Zunem besouros e palpita o ninho. E a freira cisma e cora, ao ver, ansioso, Do seu catre virgíneo sobre o linho Um par de borboletas amoroso.


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