Silenciosos passos
dois pra lá
dois pra cá.
A bela mulher madura
embala ao colo o filho último,
recém-nascido,
na cadência rítmica
de um bolero imaginário
da sua juventude portenha.
A varanda debruçada sobre o mar
recorda-lhe a pista de dança
voltada para a Boca do Prata,
geométricos ladrilhos colorados
compõem o passadiço aveludado
que acede ao salão da fantasia e do sonho.
Silenciosos passos
dois pra lá
dois pra cá. |