Como um viticultor ocioso come em pleno outono, uma por uma, as uvas do cacho que ele viu nascer, pesar, sob os olhos do sol e o próprio olhar; e em que, mais demorando o paladar na espera aberta entre o prazer e a fome, já reconhece o gosto bom das chuvas lavando os fornos do verão distante; e, como uma saudade só, o sabor da terra presa às mãos grossas de suor — assim viver a vida, instante a instante.