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Página atualizada em 29.07.2000
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Gervásio de Paula
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Biobliografia
Crítica e ensaio
  1. Affaire Revista Xilo versus Gervásio
  2. Terra bárbara 
Soares Feitosa responde crítica (ao portador) de Gervásio
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Gervásio de Paula
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    Todo dia aparece um versejador novo na praça editando ou procurando editar o seu livro. Parece-me ser a Renascença pelo avesso. Porque são poucas as obras que tocam a sensibilidade da gente cearense. O pior de tudo é que esses versejadores de poemas de pé quebrado têm consumido laudas e mais laudas de papel, sem as suas ramas e rimas justificarem o madeiral abatido de nossas florestas, para se transformar em folhas brancas.

[Veja comentário de Soares Feitosa]


    Ainda não entendi e nem conheço alguém de bom senso que entenda a razão por que não editaram até esta época a vida e obra do grande escritor, poeta e jornalista Jáder de Carvalho. O outro saudoso pensador cearense, Américo Barreira, após me dizer - “meu filho essa terra é um domínio permanente de medíocres” - destacava que se Jáder tivesse vivido no seu tempo no Rio ou em São Paulo, sem dúvida seria reconhecido hoje como um dos maiores poetas e um dos mais talentosos romancistas do Brasil. Não é brincadeira, não. 

    Todo dia aparece um versejador novo na praça editando ou procurando editar o seu livro. Parece-me ser a Renascença pelo avesso. Porque são poucas as obras que tocam a sensibilidade da gente cearense. O pior de tudo é que esses versejadores de poemas de pé quebrado têm consumido laudas e mais laudas de papel, sem as suas ramas e rimas justificarem o madeiral abatido de nossas florestas, para se transformar em folhas brancas. Quando nos lembramos que Flaubert passou 40 anos para escrever o clássico Salambô...

     Para falar da grandiosidade poética e política de Jáder de Carvalho, basta lembrar o poema telúrico Terra Bárbara. Se o poeta não tivesse sido tão irriquieto, incapaz de ficar um instante parado, sem pensar e sem produzir, só esse poema já justificaria o seu lugar na posteridade, como fala Machado de Assis sobre o romancista José de Alencar, no prefácio de “O Guarani”.

     O sobradinho da rua Agapito dos Santos, 389 - entre as ruas Liberato Barroso e Guilherme Rocha - onde repousam sob as intempéries do tempo as suas obras e as obras de sua preferência e da contista Margarida Sabóia de Carvalho, sua mulher, poderia receber o beneplácito do dinheiro público quase sempre aplicado no supérfluo da superfluidade para receber uma reforma e a garantia de permanente manutenção -através de alguma instituição pública que vive hibernalmente repousada nos loiros da cultura e do saber da gente cearense.

     Para o mais exigente ou mesmo conservador que não se faz com Terra Bárbara - poema que agradaria, sem dúvida, até Augusto dos Anjos em seus dias de depressão - a qualidade da produção criativa de Jáder está expressa e bem expressa, não apenas em seus livros como “Sua Majestade o Juiz” e “Aldeota” - mas nos seus artigos do “Diário do Povo”, jornal político que fez escola de bons jornalistas na década de 50. E, também, arejou a cabeça de muitos jovens, contribuindo para elevar o nível de consciência política de alguns segmentos da então provinciana, porém efervescente, Fortaleza de tradições libertárias, na luta pela libertação dos escravos e berço da Padaria Espiritual, movimento intelectual anarquista que reluziu no Ceará com a sua irreverência e a sua criatividade poética, antes do movimento de arte moderna, de 1822, em São Paulo.No “Diário do Povo” aprendi os ensinamentos da vida jornalística pelos escritos líricos e, às vezes, ásperos de dona Margarida Sabóia de Carvalho, que fazia trincheira com Jáder de Carvalho nas suas barricadas literárias contra os poderosos e a mediocridade triunfante da época, - que, às vezes, usavam da força física policial militar - a ponto de uma vez ter rmandado agredí-lo covardemente nas proximidades de sua casa. Alguns desses remanescentes ainda hoje procuram atrasar o desenvolvimento sócio-econômico da nossa região.

     Nada mais justo agora que algumas instituições públicas letárgicas despertem e procurem algumas empresas privadas - administradas por gente sensível - para recuperar e manter em perfeito estado um patrimônio da dimensão histórica e cultura existente à rua Agapito dos Santos, 389. Somente a família não tem tempo de cuidá-lo com dedicação exclusiva em razão de seus afazeres de sobrevivência e aos onerosos encargos financeiros que podem ser assumidos por empresas privadas em parceria com direito a descontar o investido no Imposto de Renda, como tão bem faz a Rede Globo na recuperação de algum patrimônio cultural nacional. Jáder era um homem honesto. Jáder morreu pobre. Tudo o que ganhava era para investir no seu jornal que era a sua vida e a sua alma.

     Pelos bancos escolares do “Diário do Povo” passaram nomes famosos que marcaram presença imprescindível no universo sócio-cultural regional. Peço perdão às pessoas e aos familiares de gente já falecida, se esqueci algum nome. Mas, dentre os que passaram pelo crivo dos ensinamentos do sociólgo (desculpe) Jáder de Carvalho, sobressaíram-se o advogado e professor de História do Brasil, Lício Lima; Olavo Sampaio, advogado que foi cassado pelo golpe militar de 64, como delegado regional do Trabalho; saudoso Manuel Lima Soares (Néo) professor de Geografia; Deusdeth de Souza, advogado e promotor, Roberto Átila do Amaral Vieira, hoje escritor e secretário geral do PSB - era um lacerdista doente; Carvalho Nogueira, hoje editor do “Diário do Nordeste” e o recém-falecido jornalista Dorian Sampaio.

     Terra bárbara, essa nossa, hein?

Diário do Nordeste, 25.07.2000

Leia Terra bárbara
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Soares Feitosa
comenta o artigo de
Gervásio de Paula 
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    Todo dia aparece um versejador novo na praça editando ou procurando editar o seu livro. Parece-me ser a Renascença pelo avesso. Porque são poucas as obras que tocam a sensibilidade da gente cearense. O pior de tudo é que esses versejadores de poemas de pé quebrado têm consumido laudas e mais laudas de papel, sem as suas ramas e rimas justificarem o madeiral abatido de nossas florestas, para se transformar em folhas brancas.


    Gervásio, is't'rudia (isto, outro dia), como dizemos lá nas nossas brenhas, os editores da Xilo desceram a ripa em você. Imediata e gratuitamente, tomei as dores e o defendi, embora discordasse de suas colocações sobre o projeto cultural daquela revista. Você ajudou a matá-la no nascedouro, mero número 1 que não foi à frente.

    Desta vez, com sua licença, vou-lhe descer, eu mesmo, a ripa — não sei se os xilos defendê-lo-ão. Se sim, se não, tanto faz; melhor que sim, pior que não. Agora, você é réu de um bom cipó-de-boi, e lá se vai:

    Gervásio, veja o que você escreveu: 

"Todo dia aparece um versejador novo..."
     Quem, Gervásio, esse "versejador" que você não nomina? Deixa-o ao portador por quê?

     Melhor que dissesse: é fulano, é sicrano! 

     Porque do jeito que faz, comodamente acusando "ao portador" é o mesmo que acusar a todos, anonimamente, em pura falta de topete. Seria o Fracisco Carvalho, o Luciano Maia, o Alcides Pinto, eu, o Adriano Espínola, o Floriano, o nosso Príncipe Artur, o Márcio Catunda, o Ruy Câmara, o Tufic? 

     Quem, Gervásio, esses verjadores diários? Escrevem no Diário? É o Carlos Augusto Viana? Você endoidou, Gervásio?

     Gervásio, os cabras da Xilo disseram que você era um jornalista da fronteira do Piauí, o que também me atingiu porque eu sou. Aproveito a deixa para dizer que um cabra da fronteira não tem o destope de escrever um artigo xucro, chocho e choco como esse que você fez. Nele, no artigo você é o maioral, o ferrabraz, um Zeus enfurecido, soltando raios a torto e a direito — porque acusa a todos; e...é nada — não acusa ninguém. Tudo mui comodamente, à imprensa velha, como se fosse.

      Começo a desconfiar que, se você andou dizendo que é de lá da fronteira, não é não. Se fosse, teria dado os nomes, como eu vou dar agora: anote aí, por seu favor. E, antes de anotar, por favor preste atenção: os cabras do centro — onde é o centro? no Quixadá, no Quixeramobim? — também não; muito menos os do litoral, que praianos sejam mas não frouxos.

Relação dos críticos destopetados, 
isto é, sem nenhum topete:

  1. Gervásio de Paula, porque acusa ao portador.
  2. Qualquer outro que escreva sobre cobras, sem pau nem cobra.
Leia as xiladas
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