Gregório de Matos


Soneto

Por entre o Beberibe, e o Oceano Em uma areia sáfia, e lagadiça Jaz o Recife povoação mestiça, Que o Belga edificou ímpio tirano. O Povo é pouco, e muito pouco urbano, Que vive à mercê de uma lingüiça, Unha de velha insípida enfermiça, E camarões de charco em todo o ano. As damas cortesãs, e por rasgadas Olhas podridas, são, e pestilências, Elas com purgações, nunca purgadas. Mas a culpa têm vossas reverências, Pois as trazem rompidas, e escaladas Com cordões, com bentinhos, e indulgências.


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