Henrique Castriciano

Febre
 
 
Por toda a parte rosas brancas vejo... 
Rosas na fímbria loira dos Altares, 
Coroadas de amor e de desejo... 
Rosas no céu e rosas nos pomares. 

Uma roseira o mês de Maio. Aos pares  
Surgem, da brisa ao tremulante arpejo,  
Estrelas que recordam, sobre os mares,  
Rosas envoltas num cerúleo beijo. 

E quando Rosa, em cujo nome chora 
Esta febre cruel que me devora, 
De si me fala, em gargalhadas francas, 

Muda-se em rosa a flor de meus martírios,
O som de sua voz, a luz dos círios... 
O próprio Azul desfaz-se em rosas brancas

 
 
Remetente: Walter Cid

[ ÍNDICE DO AUTOR ][ PÁGINA PRINCIPAL ]
 
 
 
 
Página atualizada por  Alisson de Castro,  Jornal de Poesia,  28  de  Julho  de  1998