Ingres, 1780-1867, La Grande Odalisque

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Alessandro Allori, 1535-1607, Vênus e Cupido

 

 

 

 

 

 

 

 

Caravagio, Êxtase de São Francisco

Dois poemas

de

Helena Quental

 

MODERNO-ANTIGO

 

MODERNO-ANTIGO

 

Na era do amor virtual,

Do caráter virtual,

Do virtual viver,

Nós dois, virtuais amantes,

Juntos no sonho, perdidos no devaneio;

Habitantes da terra do nunca,

Num momento único,

Arquitetado pelo destino,

Nos defrontamos!

Frente a frente,

Olhos nos olhos, braços em cruz!

Imantados pelo mesmo sentimento,

Saltamos do computador

Para um sofá de sala antiga!

Carne viva, pêlos eriçados.

Amor antigo, de tempos remotos, idos.

Bocas coladas, línguas entrosadas;

Mãos ansiosas;

Toques inolvidáveis!

Amizade, simpatia, empatia,

Amor, paixão, avidamente amalgamados.

Esculpidos, transformados em peça

De material não terreno,

Por escultor Maior!

Reinará no ambiente da sala antiga...

Já não  somos amantes virtuais,

Mas sim, ocasionais e atemporais!

 

 

PINTURA

 

PINTURA

 

Gotas douradas de sol, e

Uma torrente de verdes

Com nuances azuis,

Invadem minha cansada

                   [retina.]

Quando tua imagem me assalta!

E, um quadro abstrato

Se instala em minha alma,

Na terra virgem da minha alma!

E, nasce o verso,

Como trigo semeado

Em sítio adubado.

E, minhas mãos o colhem,

Em cachos dourados

Para oferecer-te;

Para mastigares

E te transformares em pão;

No meu pão nosso de cada dia!