Hélio Pellegrino


Pai Trinitário

Pai trinitário que me salvaste Do descaminho, da treva escura, Perdoa o filho que ainda perdura Na sua confusa perversidade. Perdoa o filho, a sua loucura, Feito de barro, de luz impura, Perdoa o Filho, de humanidade Manchado, aflito, na sua cidade Feita de asfalto, de aço e guindaste. Todo pecado, levando-o em rubro Sangue perene, no qual descubro Meu nome e origem, minha futura Rede onde, à noite, submerso em sono, Hei de encontrar-me de novo, dono Da eternidade, da eternidade.


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